terça-feira, 16 de junho de 2015

Fluxo II

o poema
se sustenta
na percepção tática
de que a vida
é só um ensaio
um grande pano de fundo
para outros movimentos

eu deliro
nessas linhas
nesse fluxo
irreborável de
pensamentos desconexos
no meio de tudo
uma viagem

eu mergulho
nesse enfim sem nexo
poema que afoga
poesia irretocável
vertigem espiral
miragem
no fundo
bem no fundo
uma bobagem


segunda-feira, 8 de junho de 2015

#makeblackoutpoetry

Encontrar a poesia escondida em outros gêneros. Make BlackOut Poetry ou Poesia Cega é um exercício de criação maravilhoso que conheci através da minha amiga Juliana Hollanda D'avilla. Parece simples: basta destacar palavras ou frases de algum texto, formando um poema em forma e sentido. Simples não é, mas vicia. Um ótimo exercício de olhar. Todos os poemas foram feitos com páginas do livro "Elegância, de Kathleen Tessaro.

BLUE

Atenção
sei disso há algum tempo
Entretanto, cultivar amigos
intimidades partilhadas ao menos,
Não é hora
confidenciar
tomar uma atitude
talvez pessoal profunda
Visitas por perto
ao meu alcance
Um certo grau caótico
Enquanto


Fecho o livro onde nunca entrei
ao sair, diamantes
reluzente, solitário ao meu lado
como se tivesse escrito
páginas de pistas.


Sinto
mas não posso.
Um café, por cinco minutos. 
Firmeza na direção. 
Sentamo-nos.
Eu bebo.
Essa não é uma conversa.
Minha voz - gelo.
Hoje não. Nunca mais.

Bonitos lençóis
um delicado abajur
quem liga? Acabou.
Tiro. Cometo erros simples.
Escapo dia após dia.
Quero sono, o cheiro dele
Memória



Bem onde eu loucamente procuro,
todas as possibilidades,
beirando a histeria
estou lidando com algo que quero de volta

Uma voz responde com firmeza: Não.
Estou. 
É a ideia - comecei a ter - recorrentes.
O quarto, de repente, a noite toda
esses terrores noturnos
muitos sentimentos.
Da primavera, posso dizer de cor.