A Princesa Diana é pouco conhecida entre as gerações jovens:
quem tem quase 40 anos sim lembra de seu vestido de noiva bufante no casamento com
o Príncipe Charles e de todos os buchichos em torno da relação, quem tem quase
30 lembra da sua morte em 1997 e da comoção que casou no mundo inteiro. Faço
parte do segundo grupo e sua morte hoje agora 15 anos.
Diana se tornou amada por sua simpatia, pelas obras de
caridade e por seu estilo – foi a mulher mais fotografada dos anos 80 e 90, ganhou
da Madonna - mas prefiro que este título seja devido à sua transparência.
Diana nunca se encaixou na realeza britânica e em sua imagem
impávida ela nunca teve vergonha de chorar em público, de xingar fotógrafos ou
repreender seus filhos, os príncipes. Ela sempre demonstrou o que sentia.
Diana era insegura, envergonhada, carente, tinha pavor de
engordar, lavava e passava suas roupas e arrumava sua cama, por isso era a princesa
do povo, por isso era rainha no coração das pessoas, porque era apenas uma mulher
vivendo sua vida.
E sim, ela amava o Príncipe Charles, justo ele que preferiu
ser o absorvente da feiosa Camilla do que marido da bela.
Eu tenho e li "Diana: crônicas íntimas" - biografia escrita pela jornalista Tina Brown e aprendi algo com sua vida: que nossas dores
devem se o tornar o combustível de nossa consagração. A jovem, boba e
rechonchuda princesa rejeitada já na lua de mel se transformou na exuberante e
forte mulher ao perceber que teria que lutar muito para ser notada. E se
Charles não a viu, o mundo sim. "Seu esforço em tornar-se extraordinária
estava diretamente ligado á sua experiência de rejeição."
Quanto mais amor lhe era negado, mais amor ela dava a quem
precisasse. Suas causas humanitárias vieram para suprir a necessidade de se
sentir importante para alguém, se não fosse pelos monarcas, que fosse pelos
necessitados. Entre as causas defendidas estava o fim da discriminação ao
portadores do vírus da AIDS e às vítimas de minas terrestres na Africa. Ela me
ensinou que a melhor maneira de receber amor, é dando-o de bom grado a quem não
tem.
Abaixo algumas frases famosas, e fotos do fotógrafo Mario
Testino para a revista Vanity Fair.
Hudson Pereira
"Eu quero ser uma rainha nos corações das pessoas, mas
não me vejo como rainha deste país"
"A vida é muitas vezes frágil como espuma e bolhas, mas
algumas coisas permanecem intactas: a bondade perante os problemas dos outros e
a coragem perante os seus".
"Ajudar aos necessitados é algo bom, e é uma parte
essencial da minha vida, uma espécie de destino".
"Eu não quero ganhar presentes caros, não quero ser
comprada. Eu tenho tudo o que quero. Eu quero alguém que me apóie e que me faça
sentir segura".
"Eu acho que a principal doença do mundo hoje é o fato
de as pessoas se sentirem pouco amadas. Eu posso dar amor por um minuto, por
meia hora, por um dia, um mês. Eu fico feliz com isso, e quero fazer
isso".
"Quero entrar numa sala, seja ela um hospital para
doentes terminais ou para
crianças enfermas, e sentir que sou necessária ali. Quero
fazer algo, não
apenas ser algo."
"Eu quero que as pessoas se lembrem de mim como alguém
que se importa com elas".
"Não me chamem de ícone. Sou apenas uma mãe tentando
ajudar".
"Não se pode confortar o afligido sem afligir os
confortáveis."
"As pessoas com as quais me importo são as que moram
nas ruas. Me
identifico com elas."
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