Uma noite na Taverna

Sábado tive a chance de apresentar meu trabalho na última e derradeira edição do Uma Noite na Taverna, em São Gonçalo. SG é a cidade natal da minha poesia, quando eu, morador da cidade e estudante de letras da FFP comecei a escrever. 

A Taverna foi o primeiro sarau que eu fui, há exatos 10 anos, e assisti a muitas edições, timidamente, sem fazer amizades ou me interar, bastava estar ali. Aqueles caras eram como astros do rock falando Maiakovski, Bukowski, Edgar Allan Poe. Eram os beatniks do ano 2000. 

Só me apresentei em duas edições do evento, mas todas as que assisti são parte da minha trajetória, me influenciaram diretamente. Romulo Narducci, é meu exemplo de declamador, um performer incrível que reverencia Bukowski como eu. Rodrigo Santos, o cara que ama o cemitério de sonhos. 

Meu obrigado, e toda sorte daqui pra frente. Evoé!

Baile de Gala de 3 anos do Sarau do Escritório

A segunda parada de divulgação do livro foi no Sarau do Escritório, na Lapa. Um lugar tão catártico pra mim, falar poesia na Lapa é como voltar ao meu lugar de origem, o berço do meu fazer poético. Um bairro boêmio que me inspira demais.

A querida Yassu Nogushi estava divulgando seu livro também. Como é bom ter contenporâneos tão incríveis.

Um viva ao Sarau do Escritório, que ocupa as ruas com tantas manifestações artísticas de todos os lugares da cidade, e maravilhoso ver, principalmente, a baixada representada pelo Sarau do Velho de Duque de Caxias.

LER - Salão Carioca do Livro

LER - Salão Carioca do Livro foi o primeiro evento literário que participei divulgando o livro. Ele aconteceu nos armazéns 2 e 3 da Praça Mauá entre os dias 24 e 27 de novembro. 4 dias de sol ameno e literatura pungente. 

Que delícia! Primeiro, porque pude apresentá-lo na performance 'Poesia a desgustar' da poeta Betina Kopp. Betina transforma o ato de ler poemas em pura popart, recita acompanhada de DJs, numa performance metafísica. Não poderia ter falado do meu livro num momento melhor.

Muito feliz que pude conhecer a poeta gaúcha Paula Taitelbaum, autora de livros de poesia que li há bastante tempo, autora de versos livres e apaixonados. Ela levou um exemplar do 'Café expresso para Porto Alegre. 

A programação do evento foi intensa: desde muitas leituras de poesia com atores, mesas sobre todos os estilos literários e muitas oficinas. A mesa mais interessante que assisti foi sobre Autoficção com Rafael Cardoso e João Paulo Cuenca, com quem pude trocar uma ideia depois.

 Com Betina Kopp

 Com Paula Taitelbaum

 Com João Paulo Cuenca

 Mesa autoficção: JP Cuenca e Rafael Cardoso

Amém Ana C.

Café Expresso e outros poemas

Me lembro que foi nesse dia - exatamente nesse - que o livro começou a germinar, foi aí que escrevi o poema que se tornou o grão primeiro. Era o cine Odeon, era o Festival de Cinema do Rio, era outubro, era 2006. Eu tinha 20 anos e não sabia ao certo o que fazia, mas senti que era o começo de algo. 10 anos depois o livro existe. Eu o cultivei aqui todo esse tempo.

                                

O livro nasce da necessidade de respirar fundo no meio do caos que é a vida, a poesia vem como uma pausa no rush dos acontecimentos, o botão de stop no caos urbano, na correria. Como se, de repente, largássemos os deveres e nos sentássemos para apreciar um expresso quente e forte. A cidade não é só cenário, mas também testemunha ocular das cenas que formam esse roteiro de amor, desamor, busca por sentido, autocompreensão, pertencimento e onde não faltam tropeços, abraços e taças de vinho.

Lançamento 'Poetas Raios de Sol'

No último dia 18 aconteceu o lançamento da Antologia 'Poetas Raios de Sol', a primeira lançada pela Dowslley Editora, organizada por Lucília Dowslley. A obra reúne 37 poetas brasileiros e celebra o primeiro ano da editora no mercado. Participo com dois textos: 'Matinal' de 2008 e 'Corpo de Baile' desse ano. O evento de lançamento aconteceu nos jardins do Palácio do Catete/ Museu da República.

[trabalhar em poema é labuta]

trabalhar em poema é labuta
lavoro
trabalho poema no arado
força bruta
suado
mesmo quando o terreno é morto, infértil
a chuva é ácida
a semente é oca
e a força é curta

o poeta não se rende,luta

(para Rômulo Ferreira)

paranóias

Escreve, presta atenção no filme, bebe água, olha as anotações, escreve mais, esquece a palavra, perde o pensamento, whastapp vibra, escreve, vizinho de cima varrendo o quarto, escreve, mãe entra no quarto, perde a linha de raciocínio, o que eu tava mesmo pensando? escreve mais um pouco, acabou a concentração PORRA CADÊ MEU MACHADO? —  (se sentindo Jack Torrance)

Na mira

não dá pra evitar
ainda que eu mude assunto
o passado aparece
como um pulo de gato
de apartamento
que a gente
expulsa sem sucesso
até aprender
a fechar a janela
no momento certo.

Poema 'Página 1' no fanzine AMEOPOEMA

O fanzine AMEOPOEMA é mensal, idealizado pelo poeta Rômulo Ferreira e publicado pelo Selo Outras Dimensões. Meu poema 'Página 1' dedicado à Charles Bukowski foi publicado na edição desse mês, o sarau de lançamento foi na Lapa. O fanzine circula pelo centro do Rio de Janeiro.

'Se necesita más poesía"

Caminito, Buenos Aires, Argentina. 2016