quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O que realmente importa é o carão!



Lutar em segredo, fechado no quarto, sem que ninguém saiba. Para os outros, mostrar só o melhor de si, a face mais luminosa.

( Caio Fernando Abreu - O desejo mergulha na luz, in: Pequenas epifanias)





segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

27 anos: seguir me reinventando

“Até os nove anos somos aquilo que os outros querem. Brinquedinhos que alimentam sonhos de pai e mãe. Dos nove aos dezoito somos o que gostaríamos de ser e por não sabermos exatamente o que gostaríamos de ser nos fantasiamos com a mesma roupa dos nossos amiguinhos – é o que costumam chamar de adolescência. Dos 18 aos 27 somos o que imaginamos ser. E, finalmente, dos 27 aos 36 nos encontramos com o que podemos e conseguimos ser. Daí por diante é só se seguir reinventando a cada dia” (Mônica Montone)

Acabei de completar 27 anos encarando o fato de que não sei exatamente o que posso ou consigo ser. Porque eu ainda carrego dúvidas e dívidas de todas as outras idades. Eu cresci mesmo? Ou fui apenas acumulando quilometragem rodada e algumas feridas pelo caminho?

O que sei, é que muitas coisas mudaram. Eu, inclusive.

Primeiro, eu perdi algo que eu amava muito e no queal depositava boa parte das minhas esperanças e crenças. Só que para minha surpresa, isso foi bom. Quando se perde algo essencial, perde-se junto o medo de perder aquilo e ganha-se a possibilidade de arriscar-se sem qualquer possibilidade de prejuízo.

Segundo, tive coragem de fazer algo que nunca fiz antes, e me joguei de cabeça num projeto novo mesmo com meu mundo desabando, o que funcionou não só como um bote salva-vidas mas como a possibilidade de fazer algo que eu realmente gosto e ser reconhecido por isso. Há muito tempo que eu não sabia o que era viver com prazer.

A palavra que resume minha entrada nos 27 anos é reinvenção. Tenho me reinventado a cada dia. Seja no caminho até o trabalho, seja na maneira de pensar na vida. E que eu passe pelos 27 colecionando tropeços, alegrias, porres e algumas conquistas, mesmo que pequenas e que eu siga me reinventando sempre que possível. Que os 27 não me assustem e que eu tenha mais sorte que a Amy Winehouse.  

Hudson Pereira


(Dedicado ao Vinícius Lopes)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Depois da queda

Depois da queda é o nome de uma peça que Arthur Miller escreveu para falar/desabafar sobre as razões de seu casamento com Marilyn Monroe ter fracassado. Alguns amores quando terminam rendem peças, outros rendem livros, poemas, a maioria rendem lágrimas e alguns poucos rendem risos.

Não sei o que o meu relacionamento acabado vai render para mim, além de algumas semanas de silêncio. Não sei, e não tentarei descobrir por enquanto. O que sei, é que a palavra “queda” se encaixa perfeitamente quando um relacionamento de amor acaba. Você simplesmente perde o chão, todos os alicerces desmoronam, todas as cordas se rompem, a rede de proteção não está mais lá. Você despenca no vasto espaço escuro da incompreensão.

Não assisti e peça de Arthur Miller, apenas tenho conhecimento dela por ser fã de Marilyn, portanto não sei o que aconteceu depois de sua queda. Bem, sei que Marilyn não viveu muito após isso, mas eu escolho a vida.

O que sei é que depois da minha queda, só pude me levantar e seguir em frente.

Hudson Pereira

Marilyn e Arthur