Finalmente assisti ao filme novo do Woody Allen, e tudo que
li sobre ele se confirmou: não é uma obra-prima mas merece aplausos
O título, Para Roma com amor, não faz juz ao filme, pois a
cidade não é enaltecida como Paris no último filme do diretor, muito menos se
trata de histórias de amor. Histórias essas, que não conversavam entre si e até
a cronologia era diferente para cada uma, o que deixou o filme um pouquinho
confuso, mas nada que tirasse seu brilho.
Muita gente se decepcionou com o filme porque esperavam, ou
uma continuação do magnífico “Meia-noite em Paris” do ano passado, ou um filme
de amor estilo italiano.
Eu esperava o que vi: personagens levemente neuróticos
lidando com as situações inesperadas da vida, ou seja, o que Woody sabe fazer
bem.
Todos esperavam também ver Penélope Cruz de volta aos filmes
do diretor, mas sua personagem tem pouco destaque quem chama mesmo a atenção é a
personagem Mônica da atriz Ellen Page, - a nova versão de uma mulher que Woody
adora criar: a atriz pseudo-intelectual e sexualmente ousada (como Annie (Diane Keaton em Noivo Neurótico, Noiva
Nervosa), Amanda (Christina Ricci em Igual a tudo na vida) e Cristina (Scarlet
Johansson em Vicky Cristina Barcelona) e é dela uma das melhores frases do
filme, quando questionada porque não deu certo com um namorado, responde:
“Ele não era um sofredor. Acho que existe algo incrivelmente
sexy num homem sensível às dores da existência”
Concordo!
E outro fator importantíssimo: Woody volta a atuar depois de vários anos, só isso vale o ingresso. Bom, para quem não viu ainda, veja, mesmo com as ressalvas, até
porque um Woody Allen mediano tem mais valor que qualquer blockbuster premiado.
Hudson Pereira
(Woody Allen)
(Ellen Page)
(Penélope Cruz)
(Alec Baldwin e Jesse Einsenberg)
(Roma)