Ouvi dizer que, ao menos uma vez na vida, as mulheres
fantasiam que são princesas e os homens que são heróis. E que ninguém nunca se
imagina vilão, são sempre os mocinhos. Mas a fantasia que eu mais vejo no
dia-a-dia é a de vencedor x perdedor ou vitorioso x derrotado.
Exemplos: você ama alguém, esse alguém ama outra pessoa, mas
eles não dão certo e o alguém que você ama volta pra você. Você e a outra
pessoa só tiveram em comum o mesmo gosto pelo alguém. Só. Mas na sua cabeça
houve um duelo que você ganhou.
Você quer muito aquele casaco de couro caríssimo. Um
conhecido o compra – e ele não tem a menor idéia do seu desejo – ainda assim
você se sentirá derrotado: ele venceu.
Evidente que a competição faz parte da vida (no trabalho, em
família e entre amigos – ou melhor - entre inimigos íntimos) e ser competitivo
pode ser saudável, construtivo, nos dar impulso, coragem e força de vontade. O
perigo é se deixar dominar pela paranóia dos duelos imaginários – sentindo-se
derrotado desnecessariamente – o que, na maioria das vezes acontece. A sensação
de vitória não faz mal a ninguém, mas lembre-se sempre que, mesmo quando se
ganha, algo também se perde.
Hudson Pereira
(O inimigo: invisível ou imaginário?)
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