A Marilyn Monroe disse uma vez o seguinte: “Eu tenho um lado
alegre, mas também tenho um lado triste”. Pode parecer uma frase muito simples
e muito óbvia, afinal, quem não tem? Mas vindo de uma musa do cinema cuja
imagem refletia felicidade, a declaração deu um susto em muita gente. O que
aconteceu com Marilyn depois, todo mundo sabe.
O lado feliz é como um bichinho de estimação de pedigree,
sortudos o que conseguem cuidá-lo bem, ele não se alimenta de coisas banais, só
aceita grandes conquistas, encontros amorosos de tirar o fôlego, uma grande
recompensa financeira, ele só aceita triunfos.
O lado triste não, ele é democrático, humilde, um bichinho
vira-lata que se alimenta de qualquer coisa: uma tristezinha, um momentinho de
carência, um plano que não deu certo, uma vontade não realizada, tudo faz o
bichinho crescer.
Como não impedir que ele cresça? Procurando o lado alegre em
tudo que o alimenta, vendo uma possibilidade de reflexão nas tristezinhas,
valorizando o que se tem nos momentos de carência, aprendendo com o que não
funcionou nos planos que não deram certo, aumento ainda mais o desejo nas
vontades não realizadas. Tentando nunca olhar pra baixo.
E lembrando sempre que, não é porque a felicidade é uma coisa frágil que
a tristeza precisa ser uma coisa forte.
Hudson Pereira
Marilyn em dois momentos. Sempre olhando para cima.