Vamos falar sério agora: existe coisa mais difícil que fazer
uma auto-análise? E eu nem estou falando de uma análise profunda, basta começar
com uma reflexão de como foi o seu dia: suas palavras, suas ações, como tratou
as pessoas, se foi sincero, se não foi.
Partindo então para águas mais fundas, como lidar com
sentimentos ruins: inveja, ciúme, despeito, rancor. Ninguém saí imune desse
ringue com si mesmo. Eu tenho tentado ser crítico comigo mesmo, me encarar de
frente, o problema é que, existem coisas muito difíceis de aceitar, dizer em
voz alta então, nem pensar.
Tive dúvidas em escrever sobre isso no blog , já que
aqui é o meu espaço de compartilhar idéias. Idéias são
divertidas, minhas dores não. Mas o autoconhecimento é um caminho sem volta,
uma vez lá dentro, não dá pra voltar e fingir que nada aconteceu. Além de
imune, ninguém sai impune desse jogo. Quem está preparado?
Eu me impus esse desafio, e não posso dizer que me
arrependo: descobri, por exemplo, que minha vontade de fazer o bem é um reflexo
de uma carência de afeto muito grande, dou abraço porque quero abraço, e não
por ter bom coração. Descobri também que não consigo superar uma rejeição que
sofri, e que talvez isso permaneça comigo para sempre, como uma cicatriz invisível,
e olha quem me causou isso já tentou reparar.
Para o embate, contei com a ajuda de um senhor muito bacana:
Freud e suas teses sobre os mecanismos de defesa do ego que ajudam a explicar
atitudes estranhas que temos, como por exemplo, simplesmente deixar de falar
com uma pessoa sem que ela tenha feito nada. Claro, que nada substitui uma análise
com um profissional, mas de nada adianta livros de auto-ajuda por 10 reais,
esses sim, são de enlouquecer.
Hudson Pereira
(Espelho, espelho meu... existe alguém que reflita mais que eu?)