quarta-feira, 31 de julho de 2013

De frente com myself

Vamos falar sério agora: existe coisa mais difícil que fazer uma auto-análise? E eu nem estou falando de uma análise profunda, basta começar com uma reflexão de como foi o seu dia: suas palavras, suas ações, como tratou as pessoas, se foi sincero, se não foi.

Partindo então para águas mais fundas, como lidar com sentimentos ruins: inveja, ciúme, despeito, rancor. Ninguém saí imune desse ringue com si mesmo. Eu tenho tentado ser crítico comigo mesmo, me encarar de frente, o problema é que, existem coisas muito difíceis de aceitar, dizer em voz alta então, nem pensar.

Tive dúvidas em escrever sobre isso no blog , já que aqui é o meu espaço de compartilhar idéias. Idéias são divertidas, minhas dores não. Mas o autoconhecimento é um caminho sem volta, uma vez lá dentro, não dá pra voltar e fingir que nada aconteceu. Além de imune, ninguém sai impune desse jogo. Quem está preparado?

Eu me impus esse desafio, e não posso dizer que me arrependo: descobri, por exemplo, que minha vontade de fazer o bem é um reflexo de uma carência de afeto muito grande, dou abraço porque quero abraço, e não por ter bom coração. Descobri também que não consigo superar uma rejeição que sofri, e que talvez isso permaneça comigo para sempre, como uma cicatriz invisível, e olha quem me causou isso já tentou reparar.

Para o embate, contei com a ajuda de um senhor muito bacana: Freud e suas teses sobre os mecanismos de defesa do ego que ajudam a explicar atitudes estranhas que temos, como por exemplo, simplesmente deixar de falar com uma pessoa sem que ela tenha feito nada. Claro, que nada substitui uma análise com um profissional, mas de nada adianta livros de auto-ajuda por 10 reais, esses sim, são de enlouquecer.

Hudson Pereira
(Espelho, espelho meu... existe alguém que reflita mais que eu?)



terça-feira, 23 de julho de 2013

La petite mort

Cada dia que se vive, também é um dia que se morre – eis aqui uma verdade sobre a vida.

A contagem regressiva começou lá atrás, no primeiro choro, mas isso ninguém comenta.

Cada dia é uma pequena morte. Como se já não acumulássemos tantas outras pelo caminho.

Por isso que se alimentar delas é dar sempre um tiro no escuro: sonhos antigos, paixões antigas, vontades antigas, nada disso sustenta coisa alguma, muito menos quando tudo que se precisa, é de vida.

Ah, a vida, que vai muito além desse trajeto incorrigível. Uma coisa tão complexa para caber numa palavra de quatro letras. Vida e fome são assim. Essa fome de vida que eu tenho há tanto tempo, desde quando me lembro que existo.

Essa fome de me saber gente. De ter certeza que eu vivo.