terça-feira, 23 de julho de 2013

La petite mort

Cada dia que se vive, também é um dia que se morre – eis aqui uma verdade sobre a vida.

A contagem regressiva começou lá atrás, no primeiro choro, mas isso ninguém comenta.

Cada dia é uma pequena morte. Como se já não acumulássemos tantas outras pelo caminho.

Por isso que se alimentar delas é dar sempre um tiro no escuro: sonhos antigos, paixões antigas, vontades antigas, nada disso sustenta coisa alguma, muito menos quando tudo que se precisa, é de vida.

Ah, a vida, que vai muito além desse trajeto incorrigível. Uma coisa tão complexa para caber numa palavra de quatro letras. Vida e fome são assim. Essa fome de vida que eu tenho há tanto tempo, desde quando me lembro que existo.

Essa fome de me saber gente. De ter certeza que eu vivo. 

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