Era um sábado ensolarado como o dia de hoje, eu saí sem
ligar a TV, assim que coloquei os pés no trabalho recebi um sms da minha mãe
com a notícia: Amy Winehouse havia morrido. Não me lembro mais do sol daquele
dia, pois ele se tornou cinza. Fiquei atordoado, sem chão, não era a morte de
uma cantora, era a morte de um dos meus ídolos.
Hoje faz um ano que ela se foi, ok...ok... não foi surpresa,
todo sua trajetória pessoal à encaminhava para esse desfecho, também é preciso
acreditar que ela encontrou a paz e se consolar na certeza de que ela deixou um
legado e uma obra incríveis, mas a falta que Amy faz para quem é seu fã não se
alivia com tais verdades.
Porque para ser fã de Amy não basta gostar de suas músicas. É
preciso entendê-las e vivenciá-las. É preciso ter sofrido por amor, ter bebido até não se aguentar,
ter fumado um baseado para aliviar as dores. Depois que Amy partiu eu fiquei um
pouco sozinho. Essa é a falta que ela me faz.
Hudson Pereira
ps: no dia que Amy morreu escrevi um poema:
Morte de Amy Winehouse
O que há por trás daquela porta
música não é
Um silêncio quase que absoluto
talvez umas poucas palavras
murmuradas, incompreensíveis
Serão as
últimas?
“Blake,
where are you now?”
“I need you
to rescue me”
O que há por trás daquela porta
não tintila
No blues, no jazz, no music
No cigarretes, no Jack Daniels, no Hathaway
Por trás daquela porta
o obscuro, o escuro mundo mudo
por se ver.
Por trás daquela porta
nothing, but her.
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