Assisti o filme “Aladin” da Disney em 1994. A canção tema,
dizia que num “mundo ideal”, o privilégio seria “ninguém pra nos dizer o quê
fazer; até parece um sonho”. Interessante a mensagem, não sei se deve haver
alguma influência inconsciente, mas minha idéia de paraíso sempre foi poder ter
liberdade pra ser e fazer o que eu tiver vontade. Desde pequeno.
Cresci assim, acreditando na liberdade. Um tempo depois,
entendi que nem todo final feliz foi feito só pra casais de príncipes e
princesas. Príncipe que ama príncipe e princesa que ama princesa também merecem
seus castelos e jardins floridos, pena que eles sempre ficaram de fora dos
livros que a gente leu.
Talvez por isso, criam seus mundos encantados e secretos. É o
lado b da fantasia. Me chocou um pouco quando li a notícia da morte do jovem
Tom, que havia finalmente encontrado seu príncipe Shane. Todo conto-de-fadas
precisa de um (a) vilão (ã) á altura da beleza desse amor, e com eles não foi
diferente. Só que dessa vez não foi só uma madrasta má, foi uma família
inteira, que além de não aceitar o amor deles, ainda reprimiu, degradou à ponto
de Tom cometer suícido e nem sequer permitiram à Shane se despedir. Para ler a
notícia, clique aqui.
A grande ironia, é que a vida inteira aprendemos e
acreditamos que a vida só é possível com amor. Os contos-de-fadas e as novelas
praticamente nos obrigam à viver sob a ameaça do não viveram felizes para
sempre. Mas o amor que foge do convencional, dos desfechos de Walt Disney
incomodam, revoltam. O amor deveria unir e não separar. O amor deveria trazer
vida e não o contrário. Num mundo ideal, as pessoas amam e são amadas, sem qualquer distinção, num mundo ideal, Tom estaria vivo. Pobre Tom, foram seus próprios pais que lhe deram a
maçã envenenada.
Hudson Pereira
2 comentários:
Fiquei chocada também, uma verdadeira lástima!
Lamentável! :(
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