(co-autoria com Gustavo Alvaro)
Meu coração é uma linha férrea.
Os dias, o tempo, as estações mudam
mas o itinerário é o mesmo.
Meu amor é vítreo,
minhas mãos são como chapisco de muro:
arranham, machucam
esfolam.
Meu corpo é uma cerca elétrica:
mantenha distância – risco de vida.
Minha boca é fornalha:
minha língua em brasa, queima, ávida.
Você fria,
copo d’água.
Meu coração é um
um trem desgovernado
sem destino
e você, um muro
implacável
no caminho.
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